21 de dez. de 2006

Doação



Talvez teu silêncio tão expectante
Esperasse mais de mim...
Mais sentimentos....
Mas estou te dando
os líricos instantes do meu coração...
São pétalas, ao vento ....

15 de nov. de 2006

Perdas

Nunca provarás o meu sabor nem beberás minha saliva
Não te embriagará com meu perfume,
nem te perderá no azul do meu olhar;
Não sentirás a seda dos meus cabelos,
a leveza das minhas mãos passeando pelo teu corpo,
e o fogo que emana do meu corpo quando amo;
Não explorará a minha geografia,
a força das minhas coxas em teu corpo,
o arfar dos meus seios contra teu peito;
Não saberás quais palavras sussurro quando faço amor;
Nunca ouviras meus gritos e gemidos alucinadamente dizendo:
-Te quero muito!
-Te quero mais e mais!
Não pare!
Não sentirás o cheiro do meu cio,
não colherás o meu gozo...
Nunca acordarás ao meu lado sendo acariciado e amado...
Nunca saberás quanto perdeste!!
Eu nada perdi...
sei o que tenho para dar...
Para outro,
em outro lugar...
Tekasouza

8 de nov. de 2006

Tesão e Soneto


Enquanto segues em frente,

Deito-me maliciosa em teu leito,
Sentindo teu corpo quente:

Diante das tuas mãos, tudo aceito...
Roubas meus seios da minha roupa,
Acariciando-os com intensos beijos, Deixando-me completamente louca, Abrindo-se para ti
a Flor dos meus Desejos...

Sou só desejo, sou toda tua...
Beijo-te inteiro com sofreguidão,
Enquanto deixas-me totalmente nua,

Provocando em meu corpo
espasmos e gemidos,
Embalo com lambidas teu tesão

Até nos tornarmos um só
em todos os sentidos...!

Ana C. Pozza

Cheiro



Ontem à noite
sonhei de corpo inteiro
– acordei com teu cheiro
Alonso Alvarez

3 de nov. de 2006

Teu corpo seja brasa





Teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo
Um incêndio basta
para consumar esse jogo
Uma fogueira chega
para eu brincar de novo

2 de nov. de 2006

Amor de última hora


Amo, desesperadamente,
um amor de última hora
como se a hora
fosse a última.

Engolir-te


Hoje te desejo...
E não falo da tua presença,
falo do teu corpo.

Desejo engolir-te,
beber-te,
deixar arranhar-me,
ferir-me com rispidez,
com força ,
com paixão,
com tesão.

Hoje desejo a tua boca,
teus dentes em mim,
mordiscando meus mamilos...
Tua lingua passeando,
lambendo,
e descedo pelo vale
em direção ao abismo
que hoje
deseja engolir-te.
-
-
Roses


14 de out. de 2006

Teu corpo solto


Teu corpo solto, abandonado ao êxtase de estar
Tuas curvas, tortuosas, delirantes
São varridas pelo tecido que te envolve a pele
Que desliza em cantiga
Acalanto tua carne desnuda, túrgida, alva,
trêmula, palpitar de fruta fresca
Teus olhos iluminam o quarto
Tua boca tece o silêncio
Teus ouvidos segredam notas
Teus seios macios, salientes, calientes, doces
Que minhas mãos envolvem a descobrirem os róseos medalhões
Que tocam o céu
O céu de minha boca faminta, sedenta
Tuas pernas, colunas, arco de flores, roliças,
se abrem feito portais de mistérios intemporais, leutos, descerram
Imbecilizado vislumbro tua corbelha de flores
Flor de lótus, pérola oculta
Tua Rosa que desabroch, tua flor que aflora
Beijo teus vermelhos lábios longamente
Vasculho essa mística boca entre doces pétalas
Dela extraio o néctar, polinizo assim minha garganta
Mas o desejo de cobri-la, de conquistá-la feito guerreiro
Só e derradeiro...
Numa fusão de corpos, de suor, de carne, de calor
Meu velo de couro devagar invade tua rubra taça
Tange, dilacera, deflora tua flor que aflora
possui tuas entranhas latente
pulsa, impulsa entre sussurros desconexos
E imagens a fins
Derramo o leite dos Deuses
E transbordo teu cálice de Amor.

Lui Bucallon

Beijo

-

Beijo partido de vidro
incandescente.
De cores escorridas
e pincéis sujos.
Beijo de papel branco
No canto jogado.
Beijo cheio de ausências,
de cortes e dores,
De braços cansados.
Beijo de caminho sem volta,
de quarto vazio.
Beijo sem boca,
Sem corpo, sem custo.
Beijo no claro
e vazio da minha alma
Que se solta... calma.




Silvia Brito


11 de out. de 2006

Reencontro


Soneto da Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E as bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Morais

O Caminho das Nuvens

-

Senti na pele os dedos teus colando em mim um surfe estranho a voltejarem minhas ondas, olhando enfim para as paisagens tão redondas, ouvindo o som do que de longe já conheces.
E tomas posse do terreno demarcado que amanhece todo dia em cama fria.Porém que túmido servil e orvalhado sabe mostrar das noites frias resultado, Terreno morno que se tranca a esperar que possas vir, [de alguma nuvem despencar] , Para sorver na noite a fonte do esplendor, e colhermos juntos tão sentido e doce amor!





Eliana Mora


Enquanto você dormia.....

Enquanto você dormia tentei descobrir a receita da felicidade
para dar à você em doses homeopáticas,
para que ficasse dependente de mim:
Esse é meu lado egoísta.
Enquanto você dormia tentei negociar com Deus
alguns anos de vida em troca de um par de asas
que me permitissem alçar vôo até você:
Esse é meu lado sonhadora.
Enquanto você dormia eu aprisionei o vento,
silenciei os sons da noite e calei os seresteiros
para que o silencio embalasse teu sono:
Esse é meu lado anjo da guarda.
Enquanto você dormia eu apaguei todas as estrelas ,
desliguei a lua, coloquei vaga-lumes atrás das montanhas
e pedi as nuvens para te embalar;
Esse é meu lado fada.
Enquanto você dormia encomendei um amanhecer perfeito,
pedi ao sol para despertar depois de você
e iluminar os caminhos do teu dia:
Esse é o meu lado bruxinha.
Enquanto você dormia tentei me manter acordada
para sentir o quanto te amo
até concluir que melhor era dormir e te encontrar no sonho:
Esse é meu lado carente.
Enquanto você dormia eu tecia sonhos
com os fios de lembranças de nós dois
enquanto meus olhos relutavam entre o sono e o despertar:
Esse é o meu lado saudade...
Enquanto você dormia pensei numa frase
que traduzisse meu sentimento para que você lesse,
enquanto eu dormia: ” Já disse hoje que te amo?”:
Esse é meu lado Amor!!

Lady Foppa

6 de out. de 2006

Entranhas

O sorriso caiu entre as pétalas de mim:o cio.
Esperma aos farelos.
A lua bóia na taça de sangue.
Entre os sopros selvagens, tórridos toques
(sinceros como um cadáver).
Com os dedos enfiados no vento, quero lamber a liberdade.
Já esfacelei minhas lágrimas...
Enquanto o sol baba sobre mim,
vou varrendo minha sombra com restos de beijos...
A esperança dormiu.
Entre os subúrbios de mim: a dor.
Bolhas de areia,
cacos de suor...
Há bolor nas estrelas.
Eis-me pecado!
Eis-me boca!
Pouca coisa: alfinetes incendiados.
O amor vai pingando sobre o telhado,
amargo enquanto vocábulo: deserto parido.
A vida é um estupro: nasci para morrer.
Renascer das cinzas, das sobras,das teias...
Vou lutar até o orgasmo.
A noite arrotou.
Assim seja, assim sangre...
Entre a poeira de mim: o prazer.
Caroço de paixão.
Vou morrer...
Vou morrer...
Mas é só para te humilhar.
Vem...
Degola meu cheiro.
Não sou mulher,
sou distanásia.

Agostina Akemi

Do teu cheiro


O gosto da tua pele
sal impregnado em meus lábios
que me mata de sede
à beira da fonte dos teus prazeres.

O teu gosto na minha boca
mel que sacia meus desejos
na hora derradeira do medo
de te perderem meio aos lençóis.

O teu cheiro impregnado
no meu corpo
perfume raro
que nem a chuva
leva de mim...
Bacca

Receita




Eu sonhei com tua pele
E ela cheirava:
Almíscar,
Canela,
Pimenta,
Tempero e Homem.
Verti memórias em desejos
Cozinhando minha angústia
Nos sumos do teu corpo:
Saliva
Sêmem
Suor
Gemidos
Fome e fantasia.





Paulo Mont'Alverne

5 de out. de 2006

Poeminha viscoso


Em meio a teu visgo
me sinto emplastrada
feliz e cansada!
Eliana Mora

Traição

Viajo até o ponto mais arrepiante da tua nuca
Percebo o endurecimento do seu corpo
Teus braços
Tua boca
Arrepios
Calafrios
Minha mão decorando teus poros
A ponto de contá-los
Um a um
Conheço o gosto de cada centímetro
Beijos
Cheiros
Misturas

Sinto tremores
Amores
Fisgadas
Calafrios
Minha mão decorando teus pelos
Conheço-os um a um
Cobertura delicada
Já não sei onde fica a sua boca
Língua

Mistura
Carnes em estado de fusão
Corpos em estado de tesão
Gozo
Gritos
Beijos
Mentiras
Promessas falsas
Traição

Senne

Luxúria






Quero descobrir
Teu corpo, teu suor
Percorrendo, correndo
Sem pressa os instintos.
Deixar mãos
Colarem pernas
Marcarem seios
Rasgarem bocas.
Quero tua descoberta
Feita em meu corpo
Na luxúria nossa de cada dia






Paulo Mont'Alverne

4 de out. de 2006

Aqui te amo sentado sobre esta pedra
Que ainda retém calor do sol.
Sinto teu corpo
Aquecendo o meu que está tristonho e frio.
A tarde lança seus punhais dourados
Para todos os lados e alguns deles
Penetram-me o peito que sangra
E tudo se faz ainda mais sombrio
Só, Meu olhar se estende,
sobre águas escuras.
Errante...
Navega a deriva sem o olhar amigo
Para guiá-lo ao abrigo
Como faz o farol com os barcos distantes

O céu estrelado que era alegre
Quando teus olhos me fitavam das estrelas maiores
Já não me conta histórias de guerreiros,
Navegadores, caçadores e amantes...
É agora palco de atores invisíveis
Por trás das cortinas negras
Ensaiando meu drama de amor.
Um navio,
Só,
No horizonte, agora imaginário,
Sobe e desce ondas na escuridão.
Mergulha suas luzes brancas...
Aparece...
Quase desaparece...
Lento...
Carregado de melancolia.
É mais triste que ele meu coração
Que também segue só.
O vento que entre palhas dos coqueiros
Cantava canções, acariciava teus cabelos
E o sorriso que sorrias,
Agora uiva lamento como lobo ferido
Lambendo suas feridas,
só.
Longe, uma estrela alta caiu no mar...
Devia guardar em segredo o pedido feito.
Engano...
Pois bem podes imaginar qual seja.
Recebo respingos salgados do oceano
Esbofeteando as rochas
E meu rosto sente a dor do amante
Que ama o que não tem.
Estás tão distante...
por quê não vens?
Vou ao abandono do adormecer...
Talvez o sofrer seja menor no sono.

Antonio M. Fenandes

Ah! Esse Homem


Ah! esse homem.
Que me toca os seios,
Como um beija-flor toca, no jardim, as flores,
Arrepiá-me despertando antigos devaneios,
De mãos no meu corpo em longos passeios.

Ah! esse homem.
Que me cobre de beijos,
Que deixa marcas denteadas nos meus braços,
Expõe minha anatomia nua sem segredos,
Como se fosse um quadro de célebre pintor,

E a mira com olhos de sol coruscante,
Incendeia a tela com seu fogo sagrado,
Remexe a lava, no fundo, adormecida,
Do vulcão dos meus profundos desejos,
Fazendo explodir em mim a mulher plena,
A amante ardente de gestos delicados,
Que pouco se importa com os espinhos,
Para ser a dona dos seus carinhos.
Ah! Esse homem.
Maria Hilda de J. Alão

3 de out. de 2006

Boa noite Amor....


"Hoje ao pensar em ti, sinto mais que um desejo …
Sinto uma gana enorme de te agarrar,
de te beijar a boca
e de te olhar profundamente nos olhos
para advinhar suas vontades;
de te tocar, te arranhar, te mexer …
amansar os teus cabelos …
Ou simplesmente …
de leve tocar os teus lábios, morder,
desesperar, arder no teu corpo
Brincar com as tuas mãos, brincadeiras inocentes,
esquecer a solidão, fazer-te vibrar, rir, gemer, gritar…
Hoje ao pensar em ti o existir já não existe;
Tenho-te, tens-me, inseparáveis
por aquilo que somos enquanto nos temos....
Boa noite amor …"

Quando...

"Quando eu souber
com que flores te conquistarei,
metade de mim será jardim."


Gylmar Chaves

1 de out. de 2006

Saudades Secretas


Já alguma vez te disse
que tenho saudades do teu corpo?
da tua pele branca e macia
que parecia colar-se à minha?
dos teus dedos que percorreram o meu corpo
com a certeza do caminho?
dos teus braços firmes
que docemente me enlaçaram?
dos teus olhos
sorridentes e sonhadores?
do teu sexo
que em mim se entranhou?
não...
nunca disse...
nem o vou dizer hoje

30 de set. de 2006

Buscando Você


Vou sem medo vestida do amor tão seu.
Busco nas ruas, nos mares,
nos sonhos sem fim,
pela face do amor que a vida me prometeu.
Entrego-me ...
Sou canção nos lábios
que proferem as rimas de velhos versos.
No corpo, a paixão...
Sou o vento buscando pouso com suas asas,
com suas mãos,
tão fortes que me tomam por sua
e que tão bem meu corpo abraçou.
Ah!
Pudera entrelaçar minh'alma à tua,
Sentir seu corpo nu,
aquecido pelo meu.
Toca meus cabelos,
descobre os pontos exatos de uma geografia apaixonada,
Faz-me santa no altar
onde virtude é apenas um corpo em fogo
queimando em seus braços.
Pudera estar agora no centro do corpo que quero
Dançar na musicalidade da hora que pára os ponteiros
onde o relógio e o tempo são apenas nosso ninho de amor.
Sigo as entrelinhas de mim...

São curvos os caminhos que demarcam a boca que beijei;
Busco na noite os lábios onde os meus repousei
para acordar no corpo do homem
que em desejos, esperei...


Aisha

29 de set. de 2006

Segredo


Não contes do meu vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o anel
ao redor do teu pescoço
com as minhas longas pernas
e a sombra do meu poço


Não contes do meu novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço com eles
a fim de te ouvir gritar.


Maria Teresa Horta

O que eu quero

Tantas vezes tenho dito que te quero,
mas tenho errado nas palavras!

Não é a ti que eu quero ...

É ao teu corpo em fúria,
ardendo de desejo,
que pelo meu busca e ateia loucuras.

O que quero é o teu corpo!
Que ele se cole ao meu
que esfregue e rasgue
que o incendeie e o umedeça
até à exaustão!

24 de set. de 2006

Amar Você

Amo amar você assim,
viajando,
à deriva no tempo,
sem regresso.



Lydia Alfonso
-
-

Serenata

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.


Cecília Meireles



23 de set. de 2006

Abraço

Beijo-te ...

Agora vou dormir ...
E adormecerei pensando em tudo que vivi hoje ao seu lado.
Vou adormecer contigo no pensamento.
Dorme bem você também...
e leve consigo
o abraço que te darei....
o abraço no qual doarei pedaços de mim,
para você!

Roses

Espera







Adivinhar o corpo
Imaginar a pele
Antecipar o gesto
E saber na espera
o sabor do desejo intacto
do prazer secreto
e do reencontro
Num lugar só meu.





Saciez

Vem! Insulta-me!
Sente a minha pele
e cria o meu sonho mais fiel.
Respira comigo no chão,
nesta estrada aonde cresce a noite
e me fazes teu.

Escorre do meu peito
e provoca-me o pânico.

Vem! Sê cruel!
Morde-me! Beija-me!
Tens o poder na boca.
Descobre a fonte do meu mel.
Todos os meus músculos se destendem agora.
Em carícias improvisadas.
Provocas o animal entre os teus lábios
num vai e vem doce.
Vem! Atreve-te!
Em breve o licor se espalhará sobre ti.
“Toma! Aí o tens!”

Olho-te nos olhos
e como estás saciada!
Suspiro, tremo e beijo-te sem pressa.

Adormecemos juntos,
serenos, em silêncio.



Busca Silenciosa


Não quero ter que te dizer nada
Quero apenas que junte o teu corpo ao meu
e nele me refugie;
Quero desvendá-lo sem precisar de palavras.
Apenas com a boca,
com as mãos,
com a minha pele quente na tua.
Quero percorrer o teu corpo
em busca de sabores por descobrir
e de prazeres por inventar
Quero sentir-te em mim, louco,
sem limites
perdido no teu prazer e no meu
Quero por fim,
repousar num abraço adormecido
de corpos saciados
e de almas em acalmia



Delírio


"É então chegada a hora em que o sono aparece, mas algo destabilizante e perturbador me abana e quase me desmorona.
Já é tarde e a tua pessoa não deveria entrar pela porta do meu quarto. No entanto posso continuar a fingir que durmo. E faço-o.
Vens tu e pousas a tua mão (que nunca senti) sobre os meus cabelos.
Um arrepio percorre-me a espinha e sinto uma vontade e um desejo de acordar repentinamente para ver a finalização desse teu toque.
Mas deixo-me estar....
Agora percorres-me os braços.. é bom sentir-te (sem o sentir).
Agora sim, acredito que, para o meu mal, te sinto mesmo nunca o tendo feito na realidade.
A imaginação apoderou-se de mim e, finalmente, consigo distiguir tudo.
Não és tu e eu.
Aqui, sou somente eu ... e tu ausente.
Mas continua a vontade de te ter.
Talvez diga tudo isto por já ser tão tarde,
e de tão tarde, já não digo coisa com coisa."




Orgasmos


"......Na cama ele era cama dela deitada sobre as costas dele a boca colada no ouvido dele e ela era corpo e voz e calor, e ele tão coberto os braços abertos, preso sob os braços dela e ela escorrendo palavras e gestos e o que lhe faria, enrolando-o na língua antes de o enrolar na língua e descer no corpo e deixar arrepios e pele molhada e ele tão nu sentindo palavras e sexo duro na cama, ele que era cama e ela boca no ouvido e ele sonhando a boca no sexo que ela dizia e tomava nas palavras e enrolava na língua e ele, ninguém me toca como tu, e ela sem tocar, as mãos prendendo-o e ele sentindo a boca dela e o sexo duro e a cama quente e o sexo quente roçando na cama e as palavras no corpo e a pressão do orgasmo e ela orgasmo na voz".



22 de set. de 2006

Minha Busca

Entre a realidade e o sonho
Existe um limite
Que não se pode ultrapassar...

Eu busco um amor
Que não morre,
Uma dor que não dói,
Um sonho que nunca se acabe.

Eu busco a felicidade
Em estações
Onde o trem da vida
possa parar,
Onde o amor
Seja constante, imutável.
Eu busco você na realidade da minha fantasia,
Sem que haja limites,
Sem que haja pontes,
Sem que haja disfarces,
Sem que haja depois...
Entre eu e você existe uma paixão
que nos deixa no limite da compreensão.
Se sou presente em sua vida,
você é meu bem-querer, jóia sem preço.
Sou sua estrela inacessível,
E você é meu sol impossível

Letícia Thompson

Desperta do Sono


Não quero adormecer
e perder o encanto,
a mágica de te amar.
Quero permanecer acordada
para te transmitir todo o meu desejo, toda minha ânsia de te amar.
Em ti concentro toda a minha energia
e entrego-me a este amor
que me completa,
e onde projeto meus sonhos
e a alegria de vê-los realizados.
Não quero adormecer
porque estás dentro de mim
e eu, em ti
numa união sem limites.
Onde o real se sobrepõe ao irreal.
Onde a procura chegou ao clímax
e a busca deu-se por vencida.
Na tentativa de encontrar meu sonho, encontrei-te e fiquei pasma de amor.
E assim desejo permanecer
enquanto for desejada por ti.