23 de set. de 2006

Delírio


"É então chegada a hora em que o sono aparece, mas algo destabilizante e perturbador me abana e quase me desmorona.
Já é tarde e a tua pessoa não deveria entrar pela porta do meu quarto. No entanto posso continuar a fingir que durmo. E faço-o.
Vens tu e pousas a tua mão (que nunca senti) sobre os meus cabelos.
Um arrepio percorre-me a espinha e sinto uma vontade e um desejo de acordar repentinamente para ver a finalização desse teu toque.
Mas deixo-me estar....
Agora percorres-me os braços.. é bom sentir-te (sem o sentir).
Agora sim, acredito que, para o meu mal, te sinto mesmo nunca o tendo feito na realidade.
A imaginação apoderou-se de mim e, finalmente, consigo distiguir tudo.
Não és tu e eu.
Aqui, sou somente eu ... e tu ausente.
Mas continua a vontade de te ter.
Talvez diga tudo isto por já ser tão tarde,
e de tão tarde, já não digo coisa com coisa."