6 de out. de 2006

Entranhas

O sorriso caiu entre as pétalas de mim:o cio.
Esperma aos farelos.
A lua bóia na taça de sangue.
Entre os sopros selvagens, tórridos toques
(sinceros como um cadáver).
Com os dedos enfiados no vento, quero lamber a liberdade.
Já esfacelei minhas lágrimas...
Enquanto o sol baba sobre mim,
vou varrendo minha sombra com restos de beijos...
A esperança dormiu.
Entre os subúrbios de mim: a dor.
Bolhas de areia,
cacos de suor...
Há bolor nas estrelas.
Eis-me pecado!
Eis-me boca!
Pouca coisa: alfinetes incendiados.
O amor vai pingando sobre o telhado,
amargo enquanto vocábulo: deserto parido.
A vida é um estupro: nasci para morrer.
Renascer das cinzas, das sobras,das teias...
Vou lutar até o orgasmo.
A noite arrotou.
Assim seja, assim sangre...
Entre a poeira de mim: o prazer.
Caroço de paixão.
Vou morrer...
Vou morrer...
Mas é só para te humilhar.
Vem...
Degola meu cheiro.
Não sou mulher,
sou distanásia.

Agostina Akemi