6 de mar. de 2010

Traduzir-te...traduzindo-me

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Me vens...
Feito uma Eólica melodia...
donde sua regência se perfaz em meu pequeno corpo de Mulher,
povoado pelo barulho dos desejos e das paixões
de minha deserta solidão.
E como um acorde vens em notas
à compor-me travessia musicada pelas entranhas
volatilizando-me as mais sutis sensações
decodificando-me os sentidos
e então pondo-me a vibrar em tons jamais imaginados...

Assim me vens...

Como uma infusão venosa me dilatando os vasos
aumentando a velocidade em aceleração nunca antes chegada
num retumbar único e só regido em ti.

Guio-me em seu norte
Celebro-o em mim... éter eflúvio!
A me embriagar...feito dose efêmera
como se fosse a primeira, a única, a derradeira vez...



Então meus sentidos e minha lucidez se desfazem da lógica
e rendem-se aos teus encantos musicais...
Que me afagam com doce loucura
e seqüestram ao insulamento de teus olhos...
aos apelos de teus lábios...
á espreita de entregar-me as tuas arrebatadoras carícias...

Meu corpo inteiro vibra à antever com loucura
a plenitude do êxtase de estar em ti
e arrancar-me por vez dos véus
este invólucro a me dividir em duas.

Vens desfilar meu corpo em chagas de seu toque,
já digitais reconhecidas em meus desejos de Fêmea...

“Nos recantos do pequeno bosque da colina de minh’alma,
onde só os numes têm acesso..."

Ahhh...este teu bailar de letras que ecoa em meu corpo
uma dança singela e febril...mansa e tentadora
esculpindo-me as mais profanas fantasias...

E sem pudor me adentras em todas as fendas
em ritmo desconhecido ao meu compasso
reverberando-me em suspiros
aprontando-me ao revivescer no corpo de menina e n’alma de mulher.
Alojando-me em seu desejo musicado e traduzindo tuas vontades
que perfilam minhas insanidades...de Santa e Profana
até o excelso de meus subúrbios já hauridos
e agora me embalam em harmonia e simetria
no que me serve a sede de taças transbordantes de néctar teu

Então sorvo-te ... para depois solver-me

Traduzo-te ... traduzindo-me!

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a.d