27 de dez. de 2008

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Na textura do teu corpo,
me perco
Perco-me diante das razões e das proporções do teu gosto
Naufrago em presságios Divinos,
pressentidos em teu cheiro
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De janeiro a janeiro eu sonho
E a cada um dos fevereiros
eu canto
Pois conto com a malícia
de teus gestos
E os rudimentos dos teus toques
Estampados um a um
em meu corpo
Como marcas tatuadas pelas mãos do destino
Pelos cálculos de Deus, exatos, sincrô
nicos, iguais a zero
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E atravesso tuas vestes para penetrar em teu sangue
Que já é o meu sangue
Pois a tua alma se compartilha comigo
E degusto a adstringência aceitável e esperada
Como o mais tenro e encorpado dos tintos
O mais cândido e suave dos mundos
A mais retumbante das árias
Os mais estridentes ruídos
O mais inaudível dos sil
êncios
O mais profundo dos prazeres
E o mais prolongado dos nirvanas.
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Sérgio Ildefonso