17 de abr. de 2008

Deixa-me tocar teu rosto

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Deixa-me tocar o teu rosto como se cega eu fosse
Para encontrar o caminho que termina na tua boca.

Deixa-me tocar o teu peito, tatear o relevo dos músculos,
Subindo e descendo minha mão até chegar à planície
Do teu ventre ensolarado e rijo, estrada que me leva até a fonte,
Entre os rochedos das tuas pernas para que eu prove a tua água viva.
Deixa-me mergulhar nas ondas que fazem teu corpo dançar indecente
Quando lanço a rede da língua para recolher teus profundos suspiros.

Enfim, perdida na tua geografia, que não canso de estudar
Faço fantásticas descobertas de novos continentes eróticos,
Onde dormitam teus secretos vulcões,
Que ativo com o estopim dos meus beijos
Para sentir dentro de mim
A lava fervente escorrer...




Maria Hilda de J. Alão.